sábado, 18 de maio de 2019

Resenha: Vox

O governo decreta que as mulheres só podem falar 100 palavras por dia. A Dra. Jean McClellan está em negação. Ela não acredita que isso esteja acontecendo de verdade. 
Esse é só o começo... 
Em pouco tempo, as mulheres também são impedidas de trabalhar e os professores não ensinam mais as meninas a ler e escrever. Antes, cada pessoa falava em média 16 mil palavras por dia, mas agora as mulheres só têm 100 palavras para se fazer ouvir. 
...mas não é o fim. 
Lutando por si mesma, sua filha e todas as mulheres silenciadas, Jean vai reivindicar sua voz. 
Autora: Christina Dalcher 
Editora: Arqueiro 
Título original: Vox 
Gênero: Ficção 
Ano: 2018 
Páginas: 320 

 Vox - Christina Dalcher
[RESENHA] O livro Vox é uma distopia e inicialmente nós somos apresentadas a Jean McClellan, mãe, esposa, filha, amiga e ex-cientista especializada em neurolinguística. Ela vive com o seu marido e os quatro filhos nos Estados Unidos, o governo atual é de extrema direita e conservadores, eles criaram novas leis a sociedade, leis voltadas às mulheres, desde as crianças com alguns meses de vida até as idosas. 
Essas novas leis são a proibição ao trabalho, leitura, escrita e fala. Nenhuma empresa pode empregar mulheres. Com relação à leitura e à escrita, os livros, papéis, lápis e canetas foram tirados do alcance das mulheres, o próprio marido da Jean guardou tudo no sótão dentro de uma caixa trancada com uma chave que apenas ele tem acesso. As únicas coisas que ela tem permissão para ler são as embalagens de comidas e produtos, as propagandas nos supermercados e etc... Para limitar a fala todas as mulheres receberam um bracelete que funciona como um contador, por dia cada mulher tem o direito de falar apenas 100 palavras. As atrizes tem uma autorização especial quando estão trabalhando para que as palavras ditas por elas durante as gravações não sejam descontadas da cota diária. 
Agora nas escolas as turmas são divididas entre garotos e garotas, as matérias ensinadas para cada grupo é diferente, pois as garotas não precisam aprender, por exemplo, filosofia, geográfica, ciências, etc. Para as garotas apenas são ensinadas matérias que ela vão precisar para administrar uma casa, por exemplo, culinária, matemática, serviços domésticos, entre outros. 
Na época da faculdade, antes dessas novas leis existirem, a melhor amiga de Jean, que se chama Jackie, conversava com ela sobre as atitudes e normas do governo, sobre como eles queriam limitar os direitos das mulheres, ela estava sempre em passeatas e pedia para Jean ir junto, mas Jean achava que a sua amiga era um pouco exagerada, que o governo não estaria tramando os absurdos que Jackie dizia. Atualmente ela percebe que Jackie estava certa e se arrepende por não ter escutado a amiga e ido em busca dos seus direitos, em ter participado das passeatas. Mas infelizmente ela não pode mudar o passado e agora precisa conviver com as consequências. 
Jean está sem esperança de que as coisas possam voltar ao normal, ou pelo menos melhorar um pouco, mas isso começa a mudar quando ela é escolhida e convocada para fazer parte de uma equipe de cientistas que precisam criar uma cura para uma doença que atingiu o irmão do presidente dos Estados Unidos. É nesse momento que ela enxerga uma oportunidade de lutar pela sua voz e de todos os que foram silenciados. 
O que será que vai acontecer com Jean, sua família e seus amigos? Ela vai salvar o irmão do presidente? E o mais importante, ela vai ter sucesso na luta pela voz de todos? 
Indicamos a leitura desse livro, além de ter uma protagonista mulher, ele nos remete a alguns fatos que nós vivenciamos de certa forma, pode não ser tão literal, mas se formos comparar a nossa sociedade com a do livro é possível enxergar as semelhanças. Esse livro nos fez abrir mais a mente e os olhos, nos faz repensar diversas atitudes que temos ou deixamos de ter, é quase um choque! Se puderem, leiam o livro. 

 A insensatez dos homens sempre foi tolerada. (Jean – pág. 145)


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